quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Carta ao amigo que há de vir

Caro amigo não sei a cor dos teus olhos
Nem o tamanho de teus cabelos
Não sei se pertence ao sexo feminino ou masculino
Mas sei que tenciono conhecê-lo
O dia está marcado em minha memória, será como uma luz que acende a tocha Olímpica
Não viras correndo e nem tão pouco terás obstáculos para saltar, apenas saberei que és tu
Quando cruzarmos juntos a mesma estrada
Estarei sentada porque os olhos já estarão cansados da esperança
Meus cabelos brancos e minha pele enrugada
Mas serei paciente e amável como os Monges do Tibet.
Beberei água enquanto espero
Para secar o calor e a emoção de enfim poder abraçá-lo
Mesmo que seja o meu último suspiro
Estarei com um coque no cabelo, porque já terei forças para penteá-lo
Trajarei cores alegres, coloridas e fortes
Para manter por fora de mima, a Vida!
Estarei aqui contemplando as estrelas, olhando o céu cinzento
Esperando mais uma vez um por do sol!
Sei que quando aqui é dia do outro lado do mundo é noite, pode deixar estarei atenta
para mudar a posição da cadeira,
assim como o Pequeno Príncipe, pois não sei se tenciona vir de dia ou de noite
Não importa, estarei aqui e não é preciso bater a porta,
pois aqui já não há trancas, nem trincos, nem tramelas
Há apenas a minha solidão, meus livros e a doce espera nessa pequena ilusão.

Lilia Trajano

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